Por Pedro Soares
Os passos de samba e de balé clássico têm pouco em comum, mas no Carnaval do Rio os dois ritmos estão lado a lado. É que muitas comissões de frente do Grupo Especial são coreografadas por bailarinos que dançam obras como o "Lago dos Cisne" e "O Quebra Nozes".
Três escolas contam com bailarinos ativos nos palcos: São Clemente, Unidos da Tijuca e Vila Isabel.
Talvez o melhor exemplo seja o das irmãs Claudia e Priscilla Mota. Elas são, respectivamente, primeira bailarina e primeira solista do Theatro Municipal do Rio.
Claudia dança desde os 4 anos --hoje, tem 37. A irmã Priscilla seguiu seus passos, mas por temor da mãe (que receava que ela perderia a infância, como a irmã) só começou a dançar aos 11.
Mais jovem e "temporã" no balé, Priscilla ingressou, porém, primeiro no mundo do samba. Após ser assistente em várias comissões, assumiu o posto de coreógrafa da Unidos da Tijuca há cinco anos, ao lado do marido, Rodrigo Neri, também primeiro solista do Municipal do Rio.
Pés das bailarinas responsáveis pela comissão de frente da Unidos da Tijuca e São Clemente
Já Claudia faz a estreia neste ano como coreógrafa principal e promete repetir o sucesso da irmã: "Vai ser algo surpreendente. Vamos fugir totalmente do óbvio. Ninguém verá algo como Chorus Line", diz, sobre a forma como vai representar os espetáculos musicais, tema da São Clemente neste ano.
Tanto Claudia como Priscilla foram assistentes do coreógrafo Sérgio Lobato, na Viradouro e na Tijuca.
Lobato também tem formação clássica e é hoje é ensaiador principal do Municipal. Neste ano, é responsável pela comissão da União da Ilha.
Marcelo Misailidis, coreógrafo da Vila Isabel, já foi primeiro bailarino e diretor artístico do balé do Municipal - de onde está licenciado. Já Hélio Bejani é o atual diretor da companhia do Municipal e coreógrafo do Salgueiro.
FONTE: FOLHA.COM
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