ATELIER - Um papo com quem confecciona o quesito.

Trocas de roupas em questão de segundos, personagens que surgem diante dos olhos de todos, luxo, elegância, criatividade... Antes a função  da vestimenta era apenas deixar os notáveis membros da velha guarda elegantes, depois  passaram a compor o desfile com fantasias que tinham ligação direta com o enredo. Com o passar dos anos e a evolução do quesito, começaram também a ser parte fundamental das apresentações: os Escafandristas (1991) e os Frankensteins (1996) da Mocidade eram de leitura imediata. As comissões do Fábio de Mello na Imperatriz usavam e abusavam de acessórios e símbolos em seus figurinos. Por suas mãos  passaram leques, máscaras, teclas de piano e até cisnes acoplados às fantasias... Em 2010, o ilusionismo do figurino da comissão de frente da Unidos da Tijuca foi a grande estrela do carnaval. E o grupo não parou por aí, no ano seguinte "perderam a cabeça" na avenida e este ano se transformaram em sanfonas.

Mas quem confecciona as fantasias? Quem dá vida a imaginação dos coreógrafos e carnavalescos?

Para mostrar um pouco de como funciona os bastidores dos ateliês responsáveis pelos figurinos, conversamos com Pablo Vieira que hoje trabalha diretamente com o departamento de projetos sociais da Portela, que oferece cursos de capacitação voltados para o carnaval. A equipe coordenada por Val Carvalho dá aulas de adereçagem, costura, modelagem, make e arte em perucas para a comunidade.

Pablo não trabalha com o quesito a três anos, mas antes integrava a equipe de Alessandra Reis, responsável pelos figurinos  das comissões portelenses.

E como funcionava essa equipe? Isso é o que Pablo nos conta a seguir:

"Trabalhei com a Alessandra 4 anos, exclusivamente para a Portela. Logo após que os figurinos estão desenhados vamos as compras. rs... Relação de materiais, tecidos em mãos... Enfim, tiramos as medidas dos integrantes. Izabel junto com  a Alessandra faziam os protótipos. As duas criavam no papel a modelagem das roupas enquanto Renata e eu ficávamos com a adereçagem em si. Tudo muito minucioso.


A relação com os coreógrafos sempre foi muito tranquila, antes do meu amigo Márcio Moura era o queridíssimo Jorge Teixeira. Tinham uns atritozinhos, mas normal, tudo para que o trabalho desse certo. Tirar as medidas sempre foi tranquilo também. Entrávamos em contato com o coreógrafo e ele reunia o grupo para que pudéssemos ver até aonde o figurino iria ajudar ou atrapalhar na coreografia. Às vezes, haviam coisas lindas no figurino, mas não funcionavam na coreografia.


No dia do desfile íamos de apoio para garantir que tudo desse certo, aliás, apoiávamos todas as fantasias especiais: os casais (mestre sala e porta bandeira) e a comissão. Na nossa sala tinham 80 pontos da escola.  Muita responsabilidade! Mas ver o trabalho na avenida é sempre gratificante!"

A equipe de confecção destes anos em que Pablo cita era composta por Paulo Brasil (figurinista), Alessandra Reis (chefe da equipe), Izabel (costureira), Renata (aderecista) e Pablo (aderecista).

Veja as comissões confeccionadas por Pablo e suas amigas.

Portela 2006

Portela 2007

Portela 2008

Portela 2009