terça-feira, 21 de agosto de 2012

CRIADOR OU CRIATIVO?


Todos os anos após os desfiles, naturalmente, as pessoas escolhem seus favoritos na avenida. Daí, as opiniões se multiplicam e criam eco por todo o ano até que chegue o próximo carnaval e o ciclo se reinicie.

Quando o assunto comissão de frente pega fogo nas redes sociais é comum ouvir comentários como:
"Foi incrível! Mas a ideia foi do carnavalesco", "Ok! Ok! Tava legal, mas ele não criou nada!"...

Então, qual o limite entre a criação e a execução de uma ideia? Isso desqualifica este ou aquele coreógrafo? Afinal, a ideia original deve ser do carnavalesco ou o coreógrafo deve ter a liberdade de criar sobre o tema proposto?

Polêmico ou não, o assunto é frequente entre as pessoas que tem uma maior ligação com as escolas de samba e com as comissões de frente. Mas a verdade é que no final, quem ganha mesmo é o grande público.

E foi pensando nisso, que decidimos procurar uma definição de CRIADOR e CRIATIVO, que melhor se encaixasse à esta questão, aprofundando ainda mais o debate sobre o assunto.


"O criador cria da emoção, de um sentimento ou de uma manifestação autêntica, das suas virtudes, das suas experiências, das suas conclusões ou das suas desconclusões. Assim ele cria uma manifestação, não importa o formato: Músicas, quadros, versos, filmes, imagens, cores, palavras ou poesia. Teatro, acordes, luzes e sons. Esculturas, melodias, rítmos ou nada disso.

O criador é um materializador dessa manifestação, com um propósito ou nenhum. O criador, entretém, emociona e sua criação se torna realmente factível no momento em que provoca uma reação em alguém ou torna-se uma entidade-potencial que move-se contra à mesmisse e o senso comum, capaz de interromper a inércia, a não-percepção e o esperado. A obra de um criador passa a ter vida própria e se torna tangível quando instala-se em forma de reação em cada ser-humano que estabelece contato.


O criativo é aquele que recria, que estuda o fator sensibilizador e transforma em outras coisas. É o esperto, o malicioso que usa a criatividade adequadamente a uma circunstância. O criativo trabalha pela necessidade de terceiros, pela virtude de se fazer entender, atrair e claro, de se fazer necessário também.

Ser criativo requer repertório, sensibilidade e conhecimento sobre a excelência da criação, mesmo que não seja um criador. Ser criativo requer conhecimento sobre as consequências que uma criação produz e principalmente como ela instala-se em forma de reação em cada ser-humano, a fim de propagar.

E o mais importante é que o criativo, tenha pelo menos um pouco da essência de criador, uma certa fagulha de subversão, para criar uma manifestação desestabilizadora e que faça realmente diferença no rítmo do cotidiano ou na transformação de um momento curto e aparentemente despretencioso em um momento memorável."
Extraído do blog Day Bay Day


E você? O que acha? Dê a sua opinião.



Nenhum comentário:

Postar um comentário