Todos os anos após os desfiles, naturalmente, as pessoas escolhem seus favoritos na avenida. Daí, as opiniões se multiplicam e criam eco por todo o ano até que chegue o próximo carnaval e o ciclo se reinicie.
Quando o assunto comissão de frente pega fogo nas redes sociais é comum ouvir comentários como:
"Foi incrível! Mas a ideia foi do carnavalesco", "Ok! Ok! Tava legal, mas ele não criou nada!"...
Então, qual o limite entre a criação e a execução de uma ideia? Isso desqualifica este ou aquele coreógrafo? Afinal, a ideia original deve ser do carnavalesco ou o coreógrafo deve ter a liberdade de criar sobre o tema proposto?
Polêmico ou não, o assunto é frequente entre as pessoas que tem uma maior ligação com as escolas de samba e com as comissões de frente. Mas a verdade é que no final, quem ganha mesmo é o grande público.
E foi pensando nisso, que decidimos procurar uma definição de CRIADOR e CRIATIVO, que melhor se encaixasse à esta questão, aprofundando ainda mais o debate sobre o assunto.
O criador é um materializador dessa manifestação, com um propósito ou nenhum. O criador, entretém, emociona e sua criação se torna realmente factível no momento em que provoca uma reação em alguém ou torna-se uma entidade-potencial que move-se contra à mesmisse e o senso comum, capaz de interromper a inércia, a não-percepção e o esperado. A obra de um criador passa a ter vida própria e se torna tangível quando instala-se em forma de reação em cada ser-humano que estabelece contato.
O criativo é aquele que recria, que estuda o fator sensibilizador e transforma em outras coisas. É o esperto, o malicioso que usa a criatividade adequadamente a uma circunstância. O criativo trabalha pela necessidade de terceiros, pela virtude de se fazer entender, atrair e claro, de se fazer necessário também.
Ser criativo requer repertório, sensibilidade e conhecimento sobre a excelência da criação, mesmo que não seja um criador. Ser criativo requer conhecimento sobre as consequências que uma criação produz e principalmente como ela instala-se em forma de reação em cada ser-humano, a fim de propagar.
E o mais importante é que o criativo, tenha pelo menos um pouco da essência de criador, uma certa fagulha de subversão, para criar uma manifestação desestabilizadora e que faça realmente diferença no rítmo do cotidiano ou na transformação de um momento curto e aparentemente despretencioso em um momento memorável."
Extraído do blog Day Bay Day
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