segunda-feira, 14 de maio de 2012

ENTREVISTA COM FÁBIO DE MELLO

Fábio de Mello é formado pelo Conservatório de Amsterdam como coreógrafo e encenador de espetáculos de dança, teatro e ópera e já recebeu os maiores prêmios da cultura nacional em sua área de atuação.
Fundador e diretor do Ballet Contemporâneo do Rio de Janeiro, é coreógrafo e diretor de diversos espetáculos no Theatro Municipal do RJ. Foi parceiro de Hans Donner em aberturas da TV Globo e do saudoso diretor e ator Sérgio Britto. Foi convidado de companhias de dança em todo o Brasil e no exterior e da Fundação Ópera Brasil. Fábio também ministrou cursos especiais e apresentou seus trabalhos de encenador em Amsterdam, Nova Iorque, Barcelona e em todas as principais capitais brasileiras.
Representante Sul-Americano da Associação Internacional Maria Callas, tem em sua vastíssima coleção de Callas um ponto de referência para colecionadores de toda a América do Sul. 
Atualmente,  é diretor artístico e coreógrafo residente do Festival Internacional de Dança da Amazônia, e dirige sua própria empresa de projetos culturais, a Companhia Ópera do Movimento.

Fábio possui uma enorme importância na história do carnaval carioca. Nos anos 90 foi o responsável pelas grandes apresentações das comissões de frente da Imperatriz Leopoldinense. Durante anos, as apresentações do grupo eram um dos momentos mais aguardados da avenida e mesmo fora da escola de Ramos, Fábio nunca abandonou o seu estilo, sua inventividade e principalmente sua autenticidade.
O blog COMISSÃO DE FRENTE teve o enorme prazer de bater um papo com Fábio de Mello e esta entrevista você confere a seguir na íntegra.


Fábio, antes de qualquer pergunta quero agradecer imensamente a oportunidade que está nos dando de contar um pouco da sua história e saber o que acha dos novos rumos ditados às comissões de frente. 

CF - Sua estréia como coreógrafo de comissões foi através de um convite feito pela Rosa Magalhães, certo? Eram outros tempos... Você tinha consciência de que as coreografias apresentadas por você e seu grupo causariam tanta repercussão e se tornariam divisores de águas no quesito?

- Nem sonhava! Era o ano de 1992, a Rosa era figurinista de minha companhia de dança (o Ballet Contemporâneo do RJ) e me surpreendeu com o convite para uma atividade que nunca havia exercido... Como adoro desafios, aceitei e mergulhei de cabeça.

CF - Você veio do Municipal, porém seu grupo era formado por pessoas da comunidade, muitos sem experiência em dança. Como foi a formação desse grupo que te acompanhou por anos?

- Quando passei pelo período de me adaptar a esta nova função estudei muito sobre o que o Carnaval representa para o povo brasileiro e estrangeiro. E desde aquele momento não conseguia achar que bailarinos profissionais eram o grande trunfo para apresentar uma Escola de Samba. Queria criar uma nova classe de artistas – “dançarinos de carnaval,” artistas amadores para brilharem num dia único como estrelas do povo, das massas. Nascidos e vividos como numa verdadeira Agremiação do Samba, prontos para a “ópera de uma noite só”... Meu desafio pessoal era fazer com que pessoas simples, sem nenhuma raiz acadêmica pudessem representar a capacidade do brasileiro de sermos artistas aclamados sem precisar de intelectualidade ou estudos acadêmicos.

CF - Você é extremamente admirado por seus antigos componentes da Imperatriz, muitos deles atualmente ocupam posições de destaque em outras escolas, como é o caso do Handerson Big, que se tornou coreógrafo de algumas comissões premiadas no grupo de acesso. O que credencia uma pessoa a se tornar coreógrafo de comissão de frente?

- Não existe “escola de comissão de frente” – ainda mais nos dias de hoje... O que faz uma pessoa decidir se dedicar a esta atividade artística (que insisto: “não é uma profissão” !) é sua própria capacidade de assimilar a evolução do quesito, ter coragem para enfrentar as pressões e principalmente procurar encontrar seu estilo próprio, não precisar copiar nada de ninguém.

CF - Havia uma enorme cumplicidade entre vocês. A sincronia, a execução e o requinte das apresentações saltavam aos olhos. Como você comandava esse processo? Quanto tempo leva entre a criação e o início dos ensaios?

- Durante 15 anos consecutivos – faço questão de frisar, muito felizes e inesquecíveis – na Imperatriz, vivemos vários tipos de cronogramas, havia sim uma grande sintonia, uma harmonia perfeita, e o respeito absoluto da Rosa às minhas concepções. Tudo isso fez o conjunto de motivos do sucesso que a equipe obteve por tantos anos. A média de tempo de ensaios naquela época era de 4 a 5 meses, com o passar dos anos ficou desnecessário usar tanto tempo e desgaste. Hoje, se uma escola te oferece ESTRUTURA de trabalho (cada vez mais raridade), em aproximadamente 3 meses você tem tudo pronto, mesmo no meu caso que continuo trabalhando com componentes de comunidade, sem profissionais nem shows prontos.

CF - Por falar em criação, nos diga de onde vem as idéias para as apresentações que brilharam na avenida?

- De TUDO que já se passou pela minha mente e minha vida. Sou coreógrafo de diversos estilos de ballet e dança, diretor de ópera (minha função principal atualmente), morei em 6 paises diferentes, trabalhei em teatro, cinema e televisão... enfim, para cada proposta da Escola eu mergulhava no meu “baú de recordações e vivências”, jogava tudo num imaginário liquidificador e via o que aparecia no famoso “sonho acordado”...

CF - Muitos dizem que você e Rosa não deveriam ter saído nunca da Imperatriz. Sente saudades da escola de Ramos?

- Durante todos os anos que trabalhei com a Rosa e com a Imperatriz sempre estivemos em perfeita harmonia, e a comunidade de Ramos mora – e morará – eternamente no meu coração. Nunca entendi a minha dispensa abrupta tendo na época 99% de notas 10 e meus primeiros 5 Estandartes de Ouro. Já naquele tempo o Carnaval estava se infestando de excesso de mal-entendidos, fofocas, e PRINCIPALMENTE, muita INVEJA em volta das pessoas que faziam seu trabalho honestamente. Tenho saudades daquele tempo mas nunca perco a esperança que dias melhores virão para nosso Carnaval.

CF - Suas comissões sempre foram "artesanais" e hoje a disputa se tornou uma grande guerra de inovações. Se não quiser entrar no mérito entenderemos, mas você deu uma entrevista que causou muita polêmica ao Jornal O Dia e nela criticou a importação de idéias para a criação das comissões de frente na Unidos da Tijuca. Sabemos também, que você reclamou da edição feita pelo jornal, dizendo ter distorcido muito do que foi dito. Então nos diga, como você tem visto as recentes mudanças no quesito? Você acha que os jurados tem usado essas inovações como parâmetro de avaliação quando vêem uma comissão mais tradicional, porém não menos criativa?

- O Jornal infelizmente publicou uma entrevista tendenciosa que deturpou demasiadamente minhas observações. Cheguei a conversar com meu advogado, mas o jornalista prometeu retirar a matéria e colocar uma verdadeira baseada nas minhas declarações gravadas. Já era tarde demais e me causou imensos prejuízos – inclusive desentendimentos desnecessários e acusações maldosas desnecessárias. Mas quem faz jornalismo sensacionalista sempre prejudica os outros, não tem jeito. Já estava tão cansado de ser acusado de coisas que não eram culpa minha na comissão da Beija-Flor (apenas segui as ORDENS que recebi) que acabei deixando de lado e nem dei continuidade à ação contra o jornal... Mais dor de cabeça ? Não, tenho muito mais a fazer em minha carreira do que ficar me justificando o tempo todo das calúnias dos invejosos. Afinal todo mundo sabe que SEMPRE fui transparente, falo o que penso – afinal, não sou público também ???? Falam o que querem do meu trabalho, mas quando “eu” critico um “trabalho” e não “pessoas”, o mundo desaba sobre minha imagem. Cansei.

CF - Tripés... Eles tem sido cada vez mais utillizados e este ano a Beija Flor veio com um tripé enorme e lindo diga-se de passagem. Você resistiu à utilização dele?

- Era uma obrigação contratual.

CF - A Beija Flor este ano foi penalizada por não ter se apresentado diante do setor 3. Sabemos que pela experiência, você é profundo conhecedor do regulamento. O que aconteceu?

- Mestre Laíla me deu “ordem expressa” que não fizesse a apresentação e como bom profissional segui as ordens de meu superior. O que nunca foi divulgado é que dentro do tripé não havia sequer um rádio (deveriam ter 3) funcionando durante todo o desfile (isso não é função de coreógrafo). E ainda tirei um 10 e um 9.9 – melhor que muitas outras que trouxeram belos trabalhos.

CF - As notas este ano não foram boas, mas e o resulatado do que mostrado na avenida? Você gostou da apresentação?

- Não. No setor 10 até deu para se ter uma boa idéia do projeto e uma bela execução (tenho gravado em 4 angulos). Mas antes disso, com tanta confusão e sem rádios, como os componentes não ficariam imensamente nervosos ? Não pude realizar meu projeto por comunicação truncada da harmonia , falta de rádios funcionando para toda a equipe da comissão – dentro e fora do tripé – e passamos um sufoco danado. Mas hoje em dia, no Carnaval, o coreógrafo é o responsável por qualquer coisa que dê errado na apresentação; e MUITO PIOR, ninguém da Escola te chama para uma adulta e profissional reunião de esclarecimentos, apenas vão trocando de profissionais como seres descartáveis sem chance de argumentos, defesas ou novas chances. Porque ?

CF - O critério de julgamento é comparativo. Hoje tudo é informatizado, as notas não poderiam ser dadas no computador no exato momento da apresentação? O que acha disso?

- Uma idéia excelente. Mas antes de tudo o mais urgente é repensar QUEM SÃO os escolhidos para jurados e seus comprometimentos com certas escolas...

CF - Qual a melhor comissão criada por você? E porque ela merece esse destaque?

Impossível responder, porque hoje, depois de 20 carnavais, tudo que fiz foi feito com a mesma paixão e entrega, e com raras exceções por falta de estrutura de escolas ou carnavalescos (não vou citar, o povo bem sabe...), amo muito cada trabalho, e principalmente a quantidade de gente honesta e querida que conquistei em minha vida durante todo esse trajeto. Hoje, minha assistente Elisabete Spinelli é meu braço direito, mas tive muitos outros. E os admiradores que se manifestam com carinho, admiração e interesse são TANTOS que os inimigos já cabem numa bolsinha de lixo bem pequena...

CF - Entre os coreógrafos em atividade atualmente, quem merece o seu destaque?

Sérgio Lobato, Jaime Arôxa e Marcelo Misailidis, principalmente por terem nos trazido estilos próprios sem cópias. Mas existem outros muito bons também, inclusive novas gerações.

CF - Você destaca alguma comissão em 2012?

- União da Ilha.

CF - Na entrevista ao jornal O Dia você diz que não quer mais fazer comissão de frente, uma declaração que nos preocupa. Você mantém esta decisão? 

- Estou até hoje querendo entender porque a Beija-Flor (principalmente Mestre Laíla)– onde fui tão bem tratado, honrado e respeitado, - até a matéria sensacionalista do jornal – não me chamou para uma conversa franca, transparente e esclarecedora. Então se decidir fazer Carnaval em 2013 espero ter um convite de uma bela escola de São Paulo.

CF - E para finalizar... Você tem muitos admiradores pelo Brasil a fora. Lá no nosso perfil do Facebook e aqui no blog, o seu nome é sempre citado. Então, aproveite este espaço e diga algo para os seus seguidores. Tenho certeza que todos ficarão muito felizes.

- Não peço desculpas a ninguém por ser considerado polêmico apenas por ME EXPRESSAR. Sou a favor da liberdade absoluta de expressão, e como citei anteriormente, antes de ser um “trabalhador” sou também “público” e tenho opiniões. Ter ganho 6 Estandartes de Ouro e mais de outros 40 premios no Carnaval incomodou demais a muita gente. Mas nosso temperamento faz parte de nosso espírito, e tenho a minha consciência muito tranqüila de que procurei fazer sempre o meu melhor, e se declarei algumas bobagens, é apenas a constatação de que sou um ser “humano”. E este ser humano tem hoje, apesar de algumas pequenas mágoas, um ORGULHO IMENSO do volume de declarações de afeto e admiração que recebo – literalmente – todos os dias, do Brasil inteiro e até de fora. Onde eu estiver, ou mesmo se estiver verdadeiramente aposentado, o Carnaval será sempre uma referência de luz na minha alma e para a galera que gosta do meu trabalho e pelo menos tenta entender um pouquinho essa cabeça meio criança, dedico o que tenho de mais simples porém único e plenamente transferível: meu eterno amor. Obrigado.

14 comentários:

  1. PUTZ ESSE CARA É MUITO BOM
    O CARNAVAL PERDE COM A AUSÊNCIA DESSE TALENTOSÍSSIMO PROFISSIONAL
    A MELHOR COMISSÃO DE FRENTE Q ELE FEZ FOI A DA IMPERATRIZ EM 1994 NO ANO DA CATARINA DE MÉDICIS
    SIMPLESMENTE SENSACIONAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Sensacional ! Dan

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  3. É , sem dúvida, um belo profissional. Todas as glorias a ele .Independente de resultados atuais,ele marcou época, podemos considera-lo uma linha divisória dentro do CARNAVAL BRASILEIRO. O que vemos nos carnavais atuais, com certeza, tem o talento e arrojo deste profissional.O que hoje acontece com o FABIO DE MELLO, tambem aconteceu com JOAOZINHO TRINTA, tentaram fazer com a divina ROSA MAGALHÃES, assim como com outros grandes profissionais.

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  4. Posso falar do Fábio de Mello,pois, além de coreógrafo de mão cheia, ele também é profundo conhecedor de ópera, já tendo escrito muitas críticas sobre este assunto no meu site www.movimento.com. Acompanhei muito a carreira dele e, em especial, durante as suas intervenções na Imperatriz leopoldinense, onde, acho eu, ele atingiu a perfeição em muitos carnavais, ganhando o Estandarte de Ouro várias vezes. Se ele resolver mesmo desistir disso, vou lamentar, pois quem fez o que ele fez, só pode ter muito amor por isso. Vá em frente, Fábio. Que Deus o acompanhe.

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  5. Grande mestre Fábio de Mello, inteligente, criativo, referência no carnaval.
    Tenho muito orgulho por ter feito parte dessa história.

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  6. Michael Martinsmaio 15, 2012

    Grande artista e coreógrafo ao qual tive a satisfação de conhecer. Infelizmente a minha Beija-Flor perdeu este grande profissional e a nossa Tia Bete Spinelli. Bela entrevista, demonstrando muita transparência.

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  7. Fabio de Mello, com seu brilhante trabalho na Comissão de Frente da Imperatriz Leopoldinense, marceu seu nome de forma definitiva no Carnaval. Pode parecer clichê, mas podemos sim falar em comissões de frente antes e depois de Fabio de Mello. Como foi bem dito acima, suas comissões sempre foram artesanais, minuciosamente pensadas e preparadas, e um dos momentos mais aguardados de qualquer carnaval.

    Isso para me ater ao assunto do blog. Se fosse falar do Fabio de Mello profundo conhecedor de ópera, não terminaríamos hoje.

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  8. Querido amigo Fábio.
    Tenho um imenso orgulho de ter trabalhado contigo. Você sempre me deu a oportunidade de mostrar o meu trabalho, me respeitando e confiando muito em mim. Nunca vou me esquecer da comissão de frente da Mocidade 2008, quando você me deu o papel de "Maria Louca". Nestes meus 16 anos de comissão de frente essa, com certeza, foi a minha maior emoção na avenida.
    Você já está eternizado como o coreógrafo que revolucionou este quesito.
    Só quem já trabalhou você conhece a sua sensibilidade de criação.
    Parabéns por tudo.
    beijos
    André Lucio

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  9. Thiago Lopesmaio 16, 2012

    Eu acompanho o trabalho do Fabio de Mello desde a Imperatriz e para mim sem duvida é o maior coreógrafo de todos.
    Aqui no Sul todos o admiram por seu talento e criatividade !
    Tenho certeza que em qualquer escola que ele fizer parte, terá sucesso, pois ele é um profissional muito dedicado, querendo sempre o melhor resultado.
    Parabéns, esse enquete só mostrou o que eu já sabia ;)

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  10. Sem dúvida minha maior espectativa no carnaval é a Comissão de Frente do Fabio de Mello.
    Coreógrafo criativo, talentoso, único!!! Artista sensasional!!! Grande GÊNIO!!!
    Grande beijo de sua admiradora de sempre ... Cibele Bowie!!!

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  11. Uma pessoa de talento indescritível em toda a sua carreira. Trabalhos belíssimos e não foi diferente esse ano na Beija Flor. Por onde passa deixa uma energia positiva. Sempre admirei, mas esse ano pude ter o prazer de conhecer esse ser tão iluminado e profissional. Pena que houve mal entendido com essa comissão, que na minha opinião foi fantástica e seria perfeita se não houvesse o que realmente houve e poucas pessoas sabem!!! Boa Sorte na sua vida Fabio de Mello, Deus estará com você sempre e eu aplaudindo de pé!

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  12. Marlon Barrosjunho 13, 2012

    Fábio de Mello

    Eu sou um admirador de comissão de frente desde pequeno, quando assistia os desfiles, em São Paulo, com aproximadamente 5 a 6 anos de idade. Não sabia o por que gostava tanto, enquanto as pessoas ficavam alucinadas com o barulho que a bateria fazia, eu preferia o silencio e desenvoltura da comissão de frente. Em 1997 fui seleccionado entre muitas pessoas, a vir fazer parte da Comissão de Frente do Vai Vai, sendo assim a partir deste momento descobri por que eu gostava tanto.
    A minha história só vem dar ênfase ao seu trabalho, pois após isso comecei a admira lo, e me perguntar: - O que a comissão de Frente da Imperatriz vai inovar esse ano. Uma pessoa que leva, leque, quarda-chuvas, bicicleta, lenço, bruxa para Avenida só pode ser louco.
    A vida me fez admira lo, me fez conhece lo, me fez respeita lo e principalmente entende lo, só teremos um mundo melhor quando as outras pessoas souberem respeitar as escolhas das outras pessoas. São Paulo está de braços abertos e pronto para lhe receber...seja bem vindo meu amigo Fábio de Mello.
    Marlon de Barros

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  13. MESTRE , MAGO DAS COMISSÕES DE FRENTE!

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