domingo, 8 de abril de 2012

ARTIGO - Cabeça de julgador no quesito Comissão de Frente

Por Raymondh Junior

Mais uma vez a campeoníssima Unidos da Tijuca, pela mente brilhante de Paulo Barros e executada pela talentosa equipe de Rodrigo Neri e Priscila Mota, arrebatou a Sapucaí, com sua comissão de frente premiada, conquistando nota máxima na concepção de todos os julgadores, e ainda conquistando o experimental bônus de um décimo dos julgadores Paulo César Morato e Fabiana Valor. É claro que o impacto para o público dificilmente será como foi em 2010, mas a cada ano a Tijuca vem trazendo uma nova surpresa para delírio de todos nós. A Vila Isabel perdeu um décimo, mas conquistou o bônus de um décimo do julgador Rafael Davi, o coreógrafo Marcelo Misailidis tem se tornado um grande nome das comissões, realizando sempre bons trabalhos por onde tem passado, o único décimo perdido, parece não ter sentido, afinal o julgador Paulo César Morato achou que os integrantes da comissão deveriam ficar mais tempo dentro do elemento alegórico (a savana) que a Vila Isabel levou para a avenida, mas gosto é gosto.

Grande Rio vem em seguida como a terceira melhor comissão de frente que o grupo especial apresentou no carnaval 2012, segundo o julgador do módulo 4, houve um excesso de teatrialização, o que dificultou o entendimento do público, particularmente acho que a comissão apresentada pelo coreógrafo Jorge Teixeira, foi uma das poucas emoções que a tricolor de Caxias me causou este ano, sendo de fácil e total compreensão.

Estou até agora tentanto enteder o que os julgadores dos módulo 3 e 4 queriam dizer em suas justificativas que não justificam nada, referente a apresentação do Salgueiro. Um dos julgadores disse que houveram pontos excessivos de clímax na coreografia, dificultando assim o ponto principal. O que ficou difícil de enteder para o salgueirense, certamente foram as justificativas.

Como quarta melhor comissão que passou na Sapucaí, vem a União da Ilha e Portela (esta por ter conquistado o bônus de um décimo, do julgador Marcus Nery Magalhães). A comissão Estandarte de Ouro da União da Ilha pecou bastante segundo os julgadores no acabamento do elemento alegórico, na coreografia simples demais, indumentária confusa, e na capacidade de impactar que o tema propunha, me pareceu muito justas e estou ainda tentando enteder como esta comissão recebeu o prêmio do Jornal O Globo, talvez por causa da presença de Maria Augusta... A Portela parece ter perdido décimos importante devido a erros de integrantes da comissão, um chapéu caiu em frente a um dos módulos de julgador, faltou ousadia, problemas de acabamento do elemento alegórico, e um pouco de confusão na apresentação.

A caneta amiga ainda continua a beneficiar os erros da Beija-Flor de Nilópolis, mesmo não tendo realizado a apresentação em frente à terceira cabine de jurados, e sendo penalizada por isso, a julgadora Fabiana Valor deu uma surpreendente nota 9.8, aí vem a pergunta que não quer calar, se a comissão não conseguiu se apresentar, como ela deu uma nota razoavelmente alta... E lá vai mais uma vez a caneta amiga para Nilópolis. A comissão como um todo perdeu muitos décimos por dificuldade na execução da coreografia e problemas significativos com o elemento alegórico.

A comissão que foi comentada pelo carnavalesco Max Lopes da Imperatriz, antes da apresentação como um grande trunfo da escola, parece não ter agradado muito os julgadores, problemas na plasticidade do elemento alegórico foram questionados, assim como a indumetária dos integrantes da comissão, a falta de criatividade nos movimentos, e ainda segundo a julgadora Fabiana Valor faltou "vida", luz e cor na apresentação. Em suma, uma apresentação sem impacto, com movimentos simples e muito discreta.

Jaime Arôxa apresentou pela Estação Primeira de Mangueira uma comissão cheia de emoção, que contou com a majestosa presença de Beth Carvalho, Jorge Aragão e Bira, porém os julgadores entenderam que todo aquele espetáculo já havia sido apresentado anteriormente no carnaval, trazendo uma idéia de congelamento de idéias. A escola seguiu perdendo nota por conta de clichês coreográficos na apresentação dos bailarinos de Arôxa, mau acabamento no elemento alegórico também foi percebido. Fabiana Valor justificou que a comissão não apresentou coreografia e sim a simulação de um ritual religioso, o mesmo não veio com a forma dramática necessária para impactar. No meio de todas estas idéias e conceitos, o julgador do quarto módulo achou a perfeição na verde e rosa, e com a nota máxima, Marcus Nery Magalhães saudou o belo trabalho com um honroso 10.

Em seguida aparece a Mocidade Independente de Padre Miguel, bastante criticada pelos julgadores do primeiro e do segundo módulo, que viram uma comissão sem impacto, problemas no acabamento do elemento alegórico, coreografia confusa e falta de criatividade, nos outros módulos as notas foram um pouco melhores dois 9.9, e uma contradição de gostos, Fabiana Valor elogiou bastante a comissão e justificou a perda de um décimo devido à escala comparativa com outras escolas, no quarto módulo o julgador justificou que o tempo de exibição em frente a sua cabine foi curto demais.

Os julgadores viram passar pela Porto da Pedra uma comissão que causou pouco impacto, confusa, uma coreografia pouco consistente, sem emoção, também faltou um melhor acabamento no elemento alegórico, a indumentária foi analisada como simples e de pouca criatividade. A maior nota que a escola recebeu foi de Fabiana Valor um 9.9, para uma comissão eleogiada pela julgadora que mais uma vez só descontou um décimo devido à sua escala comparativa com outras escolas.

Por fim, a São Clemente da coreógrafa Cláudia Motta, e a Renascer de Jacarepaguá de Alice Arja foram as comissões que mais perderam notas em suas exibições. Na São Clemente, a estréia da coreógrafa no grupo especial foi registrada como um momento de coragem, entretanto o mau acabamento no elemento alegórico, a simplicidade das indumentárias também foram questionadas, faltou ousadia na coreografia, em suma faltou criatividade e ousadia no projeto final. Na Renascer, as principais críticas giraram em torno da falta de criatividade da comissão, problemas na coreografia, falta de um ponto de clímax e impacto, indumentária pouco criativa, e apresentação confusa do grupo.

A grande verdade é que as comissões estão se tornando um show à parte, a cada ano que passa tanto o público quanto os julgadores esperam serem surpreendidos de forma comparativa ao ano anterior. Enquanto escrevia esta matéria lembrei-me da comissão que a Mangueira apresentou no ano de 1988, no enredo "Cem Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão?" aquela tão esperada comissão de frente que trazia personalidades como Milton Gonçalves, João do Pulo, Andrade (ex-jogador do Flamengo), Djavan, Ademar Ferreira da Silva, Glória Maria, e outros negros que se destacavam em suas profissões, marcava um momento especial para a história de nosso carnaval. E de lá para cá, quanta coisa mudou, quanto se profissionalizou este quesito que abre o desfile das escolas de samba, quanto investimento, e criatividade, fico a me perguntar aonde vamos chegar, me parece que o céu é o limite... E que seja!

Axé!

FONTE: SRZD CARNAVAL

Um comentário:

  1. Próximo ano as escolas a serem batidas no quesito comissão de frente, Tijuca e Vila Isabel!!! As melhores de 2012!!!!

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